sábado, 7 de junho de 2008

Nota sobre Diva Assumpção

Pelas ruas, restaurantes, bares, aeroportos e todos os lugares por onde passo, os fãns que me abordam não raro me perguntam como começou esta saudável relação que mantenho com a nossa magnânima Diva Assumpção (minha patroa - não se iludam, fui chantageado e torturado até que aceitasse postar estas palavras!!!).
Bem... 1979. Ângela Rô Rô havia acabado de lançar seu primeiro disco. Lembro-me que após um longo período que passei na Europa para tratamento de espinhas e estresse nervoso, sob a luz de terapias alternativas (caridade), voltei ao Brasil; e fiquei muito feliz ao reencontrar, numa badalada festa da corte carioca, minha querida amiga, a socialite, filósofa, bêbada, venezuelana e cafona Paola Bracho. Diva Assumpção a acompanhava na mesma festa e Paola a chamava de "Diba Assumpción".
Imediatamente, puxei Paola prum canto e perguntei:
"Quem é essa rachinha uó?"
Paola me manjou de cima abaixo com olhar repreendedor e disse apenas:
"É babado. (breve pausa) E o babado é certo!"
Sem entender absolutamente nada, fiquei quieto e fui procurar outras fontes para esta informação. Cerca de cinco minutos depois, soube que as duas haviam se conhecido numa clínica de reabilitação em Hollywood; Britney (clássica parceira de bate cabelo de Paola) as apresentou.
Ignorei Diva Assumpção completamente, por julgar que não representaria perigo algum, nem teria grandes feitos na vida; achei que era apenas mais uma figurante bêbada com quem Paola estava se divertindo e que na manhã seguinte não seria sequer lembrada.
Terrível engano!
Após secar algumas dúzias de garrafas de whisky, Paola deu início a mais um de seus inúmeros, memoráveis e vergonhosos escândalos. Não dei a menor atenção, pois me divertia ouvindo Rogéria contar hilárias histórias sobre a outra faceta pouco conhecida do craque Ronaldo.
Fiquei muito surpreso ao perceber que Paola fez a loka, quebrou o bar todo, mil seguranças foram chamados e inúmeros jornalistas fotografavam tudo... morri de inveja! Em seguida o Dops invadiu a festa e levou Paola Bracho.
Diva Assumpção não conhecia absolutamente mais ninguém naquela festa. Estava colocadíssima, com um salto quebrado e fedendo a bebida. Me olhava envergonhada. Fiquei com pena, sempre tive um bom coração. Sou assim, não me julguem. Do que eu estava falando mesmo?
Ah, claro... permiti, então, que Diva Assumpção ficasse de pé, bem pertinho de nossa mesa (o resto da noite). E quando a festa acabou, eu estava bêbado e muito puto porque ninguém havia ainda inventado o affter. Me preparava para ir embora, quando, meio vesgo, notei que Diva Assumpção ainda estava de pé, imóvel ao meu lado. Perguntei se ela já havia ligado pedindo que seu motorista fosse buscá-la, ela respondeu dizendo não ter motorista, nem carro. Levantei as sobrancelhas coçando o canto do nariz e perguntei:
- "Diva, como você pretende ir para casa?"
- "É que, na verdade... estou ainda sem residência fixa na cidade... no país, diga-se de passagem"
- "Você morava de aluguel, foi despejada por falta de pagamento e tentou entrar clandestinamente nos EUA; onde conheceu Paola Bracho, que te trouxe de volta ao Brasil e te incluiu na casa e na vida social dela... acertei??"
Diva Assumpção me olhou com olhos extremamente abertos, restringindo-se a balançar a cabeça diante de tanta perspicácia.
Levei-a para minha casa, onde ela ficou muito bem instalada e se sentiu infinitamente grata. Estabeleceu um forte e carinhoso laço com minha mãe; era realmente impressionante! Elas convesavam o tempo inteiro, enquanto minha mãe fazia as unhas e Diva Assumpção limpava a casa, fazia comida, comprava a comida, lavava os pratos, organizava por ordem alfabética no closet minhas roupas caras.
Eis que cerca de dois anos depois, fui comprar cigarro e esqueci de trancar a porta. Diva Assumpção arrebentou a coleira e fugiu. Espraguejei tanto... mas hoje já não guardo mágoas.
Depois de fugir ela foi para o México procurar Paola Bracho, sem falar castelhano e sem saber sequer que Paola já havia ido pro saco há muito tempo. Na mesma noite em que o Dops a levou, durante o interrogatório por má conduta moral, ela cantou um policial que era moninha. Apanhou até não poder mais, mijaram em cima dela e, assim, Paola nunca mais foi vista.
Já minha querida Diva Assumpção, reencontrei-a num leilão beneficente que fiz de todos os meus móveis e do meu único apartamento, para pagar o whisky, as drogas, os infinitos cheques sem fundos que passei em quase todos os restaurantes da cidade e as muitas dívidas de jogo, pois nessa época eu não saía do Cassino do Chacrinha. Diva Assumpção reapareceu com pencas de dinheiro; pois casou-se com um falido industrial americano fim-de-carreira de mais ou menos 85 anos (muito bem conservado, entretanto), que a levou para Las Vegas e lá Diva pôde, não só enterrar o paleozóico marido, como pôr em prática alguns infalíveis truques de jogo que um dia Paola lhe ensinou. Assim, Diva arrematou todo meu patrimônio e me contratou como seu assistente particular. E agora toma todas as decisões pertinentes à minha vida (pessoal), tais como, alimentação, sexo, drogas, rock'n roll, rock'n Rio, sexy and the city, entre tantas outras; e em troca deste árduo serviço que presto, ela me paga a ninharia de míseros R$2.145,00.

2 comentários:

Diva Assumpção disse...

Devo deixar aqui registrado, que somente uma pessoa que dominasse o dom da palavra, poderia, tão ludicamente, contar essa história repleta de porres, calcinhas de fora, meia-calça furada, peruca torta e escândalos sobre a tão amada Paola e eu.
Parabéns, Podrão Pós Lapa!
Esse é o meu garoto!

Tatiana disse...

Meu bem, quero saber o que estava fazendo fora desse babado todo?!

quero VENGANZA!!!

BEija